05/2020 Ìségún de Lu Ain-Zala

Este é o terceiro livro que leio da escritora Lu Ain-zala, dá uma caçada aqui no blog que tu acha um comentários sobre os outros. Nesta sua nova novela afrofuturista, Lu reforça sua habilidade de criar mundos pós apocalípticos detonados pela ação humana contra a natureza, especialistas em criar em nossa mente os detalhes desse cenário, trouxe uma divisão geográfica, me lembrando salvador e sua cidade baixa e cidade alta. Também outra característica evidenciada aqui é a figura da personagem detetive, se destacando e fugindo da estrutura oficial vigente à época, solucionando um crime e se deparando e se encontrando com suas ancestralidades. A trama também acontece num mundo digamos quântico, mas também ancestral e espiritual, que a própria protagonista Zuhri só descobre mais ao final de sua aventura. 
"Uma Novela Cyberfunk" , talvez este seja meu único "porem" com o livro, pois as referências com o funk ficaram em segundo plano, trazidas as vezes na pessoa do carismático Mc Dub, as letras trazidas em citações em alguns momentos são em grande maioria de outro estilo musical. Porém o emprego da música negra em diversos pontos do livro numa narrativa cyberpunk, afrofuturista traga talvez as subjetividades do significado da gíria "Funk" utilizado por partes de seus fundadores como um som Pesado, sujo. Vale lembrar que a música negra sempre foi pioneira em usar criativamente as tecnologias e/ou reinventa-las para uso artísticos, seja da guitarra eletrificada de muddy waters a transformação de turntables em instrumentos musicais, da criatividade na gravação de vocais em multipistas de Ray Charles ao uso do Talk box pelo Roger.

Recomendadíssimo, leiam e me mandem comentários, precisamos conversa sobre essa bela obra!

PARABÉNS E VIDA LONGA LU!!!
PS. A bela capa foi feita pela artista e atleta Asalamanda


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