Em todas as premiadas, fascinantes e divertidíssimas series de Star Trek (Serie Original, Next Generation, Deep Nine Space, voyager, Enterprise e a recém lançada "Discovery"), de todos capitães e personagens da série, alguns atores e atrizes negras tomaram destaque e espaço na serie, como a Tenente Uhura (Nichelle Nichols), que inspirou diversas mulheres negras a entrar para o mundo do cinema, tendo também interpretado junto com Willian Shatner o primeiro beijo inter-racial da TV, causando polemicas e boicotes em toda a América. Whoopi Goldberg, em seu papel de bartender, viajante e conselheira na Next Generation, também inspirada por Uhura deixou sua marca. E como não falar do TUVOK (Tim Russ), o primeiro Vulcano negro da franquia, ou do Geordi Laforge, engenheiro chefe na Next Generation, e o mais tímido de todos Travis Mayweather da Enterprise.
Porem, o diferencial da participação negra nas series se deve a atuação do capitão Benjamin Sisko (Avery Brooks) e da Oficial de Ciência e xenoantropóloga Michael Burnham (Sonequa Martin Green), em ambas as series da franquia os personagens vivem conflitos familiares, Burnham com sua família meia humana e meia vulcana e seu irmão Spock, o fato de ter ficado orfã de maneira violenta, a escolha de seu pai Vulcano por Spock mesmo ela sendo mais habilidosa. Sisko em sua saga de diplomata religioso e a assombrante lembrança de sua esposa, morta em um conflito com os Borgs envolvendo Picard, o cuidado diário para com seu filho Jake Sisko, e por fim, sua segunda esposa, que fica gravida no decorrer da série, são alguns dos conflitos familiares envolvendo os dois principais personagens negros da franquia.
Por que ficou para os personagens negros de destaque na serie esses questões familiares complexas e descompansadas? Enredo que com exceção do conflito meio humano meio vulcano de Spock se vê pouco nas franquias.
Os negros no futuro ainda terão questões familiares difíceis para enfrentar?
Essa é só uma brevissima reflexão para que discutamos o papel subjetivo que personagens negros tem exercido nas franquias que propõem a pensar o futuro. Parece que as questão da desigualdade racial serão eximidas e superadas, ou não existiremos substancialmente nesses possíveis futuros?
Enfim, vou pensando nisso e escrevendo sobre outros livros, filmes e series para que possamos construir e pensar nossa representatividade na projeção de um futuro livre dos esteriótipos e pré-definições do nosso modo de ser e viver.
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