Bienal com a cara de São Paulo

Aconteceu na ultima semana de 3 a 12 de Agosto a 25ª Bienal do Livro de São Paulo, o evento já tradicional no calendário da Cidade, conta com uma programação de encontro com autores e autoras, estande de editoras e  de escritores(as) independentes, e outras atividades que para a organização da bienal tem relação com o livro e a leitura.

Fui participar de uma roda de conversa sobre literatura negra e a escrita para o publico infanto juvenil, no estande do Lendário coletivo Quilombhoje Literatura, junto com o coletivo Literatura Suburbana e coleção Besouro no qual faço parte. 

Pra alem desse encontro que foi monstro (clique aqui e veja o que rolou), dei uma volta na bienal, em vários estandes, alguns glamorosos, outros só com as prateleiras, com todos os temas, tendencias, gêneros presentes...

Duas coisas me chamaram atenção; 
Primeira, como o acesso ao livro em nosso país é algo que beira o privilegio, por conta do seu preço, onde a gente que produz literatura sabe que os livros custam, em sua produção, menos que 30% do valor da capa anunciado pelas editoras, e que quando se acha uma editora grande vendendo livro ao preço justo você até flerta com a possibilidade dela ser idônea (RISOS). Estou falando isso porque aproveitei desse fato para juntar aos meus estudos títulos caríssimos quando vendidos em livrarias e nos sites das mesmas.

Segunda coisa que me chamou atenção, de como, São Paulo, enquadra as coisas, ainda com a memória afetiva da FLIP na mente, editoras, livrarias, escritores e escritoras em pleno céu aberto vendendo seus livros, em rodas de conversa, barracas, trocas de mão e mão, e São Paulo, consegue pegar todo esse publico e almas e colocar dentro de um complexo de eventos, com catraca, ar condicionado, taxar a entrada e fazer com que grandes empresas façam eventos paralelos dentro desse espaço apenas para sua vã divulgação, longe de fomentar a leitura e o acesso ao livro...

Enfim... 
Foi possível achar livros baratos? Sim! Encontrar escritores e escritoras novas (os)? Sim, variossss! Talvez os empreendedores e empreendedoras dos estande tiveram algum lucro? Talvez sim! E o que fica de central em toda essa analise? Pra mim, fica a sensação de que ter acesso ao mundo dos livros, da letra, da fantasia (no meu caso) é algo de privilegiados e não direito de todas e todos...

Construamos outras possibilidades...


Atividade Coleção Besouro

Livros Comprados na Bienal

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